Um pobre Pescador, que vivia daquilo que pescava, teve a pouca sorte de, depois de passar o dia todo à pesca, não ter apanhado mais do que um pequeno Peixinho. Quando se preparava para o pôr no cesto, o Peixinho disse: — Por favor, liberta-me, Pescador. Sou muito pequeno para me comeres agora. Se me libertares, crescerei e poderás fazer nessa altura uma refeição bem melhor comigo. Mas o pescador pôs rapidamente o Peixinho no cesto dizendo: — Muito tonto eu seria se te deixasse ir. Por muito pequeno que sejas, és melhor do que nada. Fábula em vídeo:
Uma Raposa, nadando para atravessar um rio, foi surpre-endida por uma forte corrente e só a muito custo conseguiu alcançar a margem oposta, onde caiu exausta e quase sem fôlego. Pouco tempo depois, veio um enxame de moscas sugadoras de sangue e pousaram-lhe em cima. Ainda demasiado fraca para fugir, a Raposa deixou-se estar quieta. Então aproximou-se um Porco-Espinho, que lhe disse: — Deixa-me espantar essas moscas para longe! — Não, não — exclamou a Raposa —, não as perturbes. Elas já sugaram tudo o que precisavam. Se as espantares, virá ou-tro enxame faminto para me sugar o pouco sangue que me resta!
Duas Cabras, brincando alegremente sobre as pedras na parte mais alta de um vale montanhoso, encontravam-se se-paradas por um abismo, em cujo fundo corria um caudaloso rio que descia das montanhas. O tronco de uma árvore caída era o único e estreito meio de atravessar de um lado para ou-tro do despenhadeiro, e nem mesmo dois pequenos esquilos seriam capazes de cruzá-lo ao mesmo tempo com seguran-ça. Aquele estreito e precário caminho era capaz de ame-drontar mesmo o mais valente dos que quisessem atravessar. Exceto aquelas duas Cabras. Mas o orgulho de cada uma não permitia que se deixasse ficar atrás da outra. Uma resolveu então pôr um pé no estreito tronco, e logo a outra lhe seguiu o exemplo. Pé ante pé, acabaram por se en-contrar frente a frente a meio da travessia. Como nenhuma das duas mostrava disposição de ceder caminho à adver-sária, acabam por lutar uma com a outra e, caindo ambas no abismo, foram arrastadas pela corrente. Fábula em vídeo
Uma Águia, saindo do ninho no alto de um penhasco, num voo picado, capturou uma ovelha e levou-a presa nas garras. Uma Gralha, que assistira a essa cena, cheia de inveja, de-cidiu que poderia fazer o mesmo. Voou para o alto, tomou impulso e, com grande velocidade, atirou-se sobre uma Ove-lha com a intenção de também a levar pelos céus. Mas as suas garras, pequenas e fracas, acabaram por ficar emba-raçadas no espesso manto de lã do animal, e isso impediu-a inclusive de se soltar, embora o tentasse com todas as suas forças. O Pastor das ovelhas, vendo o que estava a acontecer, aproximou-se e capturou-a. Feito isso, cortou-lhe as asas para que não pudesse voar, e à noite levou-a para casa e deu-a aos filhos. — Pai, que espécie de pássaro é este? — perguntou um deles. — É uma Gralha, meu filho. Mas se lhe perguntares, ela dirá que é uma Águia. Fábula em vídeo
Um Corvo apanhou um queijo, e, fugindo com ele, pousou em cima de uma árvore. Uma Raposa, ao vê-lo, desejou co-mer-lhe o queijo. Pôs-se então ao pé da árvore e começou a dizer ao Corvo: — Vê-se bem que és formoso e gentil, e poucos pássaros há-verá que te ganhem. És bem-disposto e muito galante; se por acaso soubesses cantar, nenhuma ave se compararia conti-go. Envaidecido com estes elogios e desejando fazer boa figura, o Corvo levantou o pescoço para cantar; porém, abrindo o bico, caiu-lhe o queijo. A Raposa apanhou-o e foi-se embora, ficando o Corvo faminto e ciente da sua própria ignorância. Moral da história Os que se deixam convencer com palavras lisonjeiras, como eram as desta Raposa, não é de admirar que cometam os maiores desatinos, como o Corvo fez. Quem, sem ter qualidades, vê louvar-se, entenda que não são louvores, senão laços que lhe armam para o enganarem; porque palavras dóceis são sempre suspeitosas, e quanto melhor se aceitam, mais prejudiciais são. São engodo que o caçador faz para nos apanhar e por meio desse ardil vem a alcançar de nós o que desejava. Fábula em vídeo
Fábula Escrita Uma Formiga foi à margem do rio para beber água e, sendo arrastada pela forte correnteza, estava prestes a se afogar.
Uma Pomba que estava numa árvore sobre a água, arrancou uma folha e a deixou cair na correnteza perto dela.
A Formiga subiu na folha e flutuou em segurança até a margem.
Pouco tempo depois, um caçador de pássaros veio por baixo da árvore e se preparava para colocar varas com visgo perto da Pomba que repousava nos galhos alheia ao perigo.
A Formiga, percebendo sua intenção, deu-lhe uma ferroada no pé.
Ele repentinamente deixou cair sua armadilha e, isso deu chance para que a Pomba voasse para longe a salvo.
Chegando uma Raposa a uma parreira, viu-a carregada de
uvas maduras e formosas e cobiçou-as. Começou a fazer
tentativas para subir; porém, como as uvas estavam altas e a
subida era íngreme, por muito que tentasse não as conseguiu
alcançar. Então disse:
— Estas uvas estão muito azedas e podem manchar-me os
dentes; não quero colhê-las verdes, pois não gosto delas
assim. E, dito isto, foi-se embora
Moral da história Homem avisado, coisas que não pode alcançar, deve mostrar que não as
deseja; quem encobre as suas faltas e desgostos não dá gosto a quem lhe
quer mal nem desgosto a quem lhe quer bem; e que seja isto verdade em
todas as coisas, tem mais lugar nos casamentos, que desejá-los sem os haver é
pouquidade, e sizo mostrar o homem que não lhe lembram, ainda que muito
os cobice.
Histórinha Em Vídeo